
O Brasil está enfrentando a quarta onda de calor no ano, com novos recordes de temperatura e alerta de "grande perigo"para 15 estados e o Distrito Federal emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Temperaturas mais altas são comuns nesta época do ano, de transição entre a primavera e o verão. Mas, desta vez, o calor foi intensificado pelo El Niño, fenômeno que deixa as águas do oceano mais quentes, e pelos efeitos do aquecimento global, provocado pelas emissões de gases do efeito estufa.
Neste ano, outras regiões do mundo também enfrentaram ondas de calor extremo, como Estados Unidos, China, Índia, Paquistão e Europa.
E a expectativa é de piora: estudos científicos estimam que conforme a temperatura média global aumenta cresçam também a frequência e a intensidade de ondas de calor.
No Brasil, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), publicados pelo g1, já mostram um aumento brutal entre de ondas de calor nos últimos 59 anos: se até os 1990, elas somavam 7 dias, entre 2011 e 2020 chegaram a 52 dias.
O problema é que o calor excessivo traz consequências sérias para a sociedade, como piora de condições de saúde, prejuízos para o cultivo e a colheita de alimentos, danos à infraestrutura e redução da produtividade no trabalho.
A exposição excessiva ao calor apresenta riscos à saúde e pode causar problemas como desidratação, tontura, náuseas, confusão mental, convulsões e, em casos extremos, até a morte. Os riscos, em geral, são maiores para idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades.
Em 2019, pelo menos 356 mil mortes no mundo foram diretamente relacionadas ao calor extremo, de acordo com um artigo publicado na revista de medicina The Lancet. Dados da ONU estimam que, entre 2000 e 2019, 489 mil mortes por ano foram causadas pelo calor —45% na Ásia e 36% na Europa. Nos Estados Unidos, o calor extremo já é o evento climático mais mortal de todos, com mais vítimas na maioria dos anos do que furacões, tornados e enchentes somados.
Fonte: G1
Data: 15/11/2023