Nova pesquisa aponta quebra de 21% na safra 23/24 em MT, alerta Aprosoja


Nova pesquisa da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) revelou que a safra de soja 2023/24 deve quebrar em 21%. De acordo com o levantamento, a produção nessa safra deve ser de 35,75 milhões de toneladas, uma redução de 9,56 milhões de toneladas em relação à safra 2022/23, quando os sojicultores colheram 45,31 milhões de toneladas. O levantamento anterior, divulgado dia 19 de dezembro, apontava uma produção de 36,15 milhões de toneladas.

A pesquisa contou com a participação de 1.003 propriedades, que cultivam mais de 1,7 milhão de hectares, ou 14,5% de toda a área destinada para a oleaginosa em Mato Grosso.

Em dezembro, o Ministério da Agricultura prorrogou o período de plantio de soja em Mato Grosso até 13 de janeiro de 2024. A medida atendeu a um pedido da Aprosoja-MT e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), por causa da falta de chuvas no Estado de forma atípica.

Com métricas muito abaixo do esperado no plantio, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, publicou um vídeo em resposta à categoria, prometendo “medidas excepcionais” para amenizar o impacto econômico do baixo desempenho.

Em outubro de 2023, ainda na fase da semeadura, a Aprosoja-MT já tinha manifestado receio com a produção do grão. No mesmo mês, cidades de Mato Grosso atingiram temperaturas elevadas, com médias acima dos 42°C, além de longos períodos de estiagem.  De lá para cá, uma sequência de ondas de calor pioraram a situação.

De acordo com o levantamento divulgado na ocasião, após um mês de plantio, somente 70% das sementes tinham brotado. Nessa mesma época em 2022, 83,45% tinham sido plantados.

A Aprosoja-MT também consultou os dados de precipitação do Aproclima, projeto de monitoramento climático da Aprosoja-MT, entre agosto e dezembro de 2023. A região Norte é a com maior volume de chuvas acumulada, com 402 milímetros, seguida pela Sul, com 396 mm; região Leste, com 357 mm e Oeste, 335 mm.

Na próxima semana, a entidade inicia mais uma rodada do levantamento, já com informações mais detalhadas da colheita.

Dados divergentes

O levantamento da entidade contrapõe os números oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que mesmo diante de um cenário de adversidade climática, ainda aponta uma “safra recorde” no Brasil, em 155,2 milhões de toneladas. Já para Mato Grosso, a Conab estima uma produção de 40,2 milhões de toneladas.

Para Lucas Beber, a imprecisão dos dados da Conab prejudica os produtores, pois os números repercutem no mercado, mesmo não refletindo a realidade do campo. Os dados oficiais também estão “na contramão” de outras consultorias, como a Pátria, que aponta 37,86 milhões de toneladas em MT e 143,18 milhões de toneladas em todo país.

“É preciso que a Conab atualize suas metodologias, porque não tem correspondido com nenhuma das empresas que fazem esse tipo de pesquisa e análise do campo no Brasil. Essa seria a melhor forma que o Governo tem hoje de, inicialmente, ajudar os produtores de Mato Grosso, que é a região que mais sofre, a região Centro-Oeste, e de todo o Brasil”, afirma Lucas.

Beber enfatiza também que é importante que os produtores participem ainda mais do trabalho, levando informações fidedignas para o mercado e à sociedade. “É importante que o máximo de produtor responda, para que a gente tenha uma precisão cada vez melhor e sempre com responsabilidade”, conclui Lucas.






Fonte: Da redação
Data: 13/01/2024