Nesta terça-feira (30.07), a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste deu início à Operação E-commerce, visando cumprir 46 ordens judiciais de prisão e buscas contra investigados por fomentar o tráfico de drogas no município através de vendas realizadas por meios eletrônicos. Até o momento, foram efetuadas 18 prisões por mandados e outras sete em flagrante, além de 25 mandados de busca e apreensão. Os alvos são investigados por tráfico e associação para o tráfico.

A investigação teve início com a prisão do principal alvo, T.R.C., de 21 anos, detido em flagrante em dezembro do ano passado com uma mochila contendo porções de drogas embaladas para venda, máquina de cartão e dinheiro. Indícios apontaram que T.R.C. vinha atuando sistematicamente na venda de drogas na cidade, com o envolvimento de um grupo responsável pela distribuição e comércio.

Durante as diligências, a equipe policial identificou outros 20 suspeitos envolvidos no comércio ilícito, realizado principalmente por aplicativos de mensagens, onde eram organizadas a compra e venda, movimentação de quantidades, valores, tipo de pagamento e identificação dos compradores. A investigação também revelou a participação de quatro mulheres que emprestaram contas bancárias para as transações financeiras.

Todos os investigados possuem registros criminais. V.G.C., de 22 anos, um dos alvos, foi preso em flagrante na Operação Mensageiros, em 2023, por tráfico e posse ilegal de arma de fogo. Após ser liberado com monitoramento por tornozeleira, ele continuou na atividade ilícita e, em dezembro do ano passado, combinou um encontro com T.R.C. para buscar drogas.

O delegado Rodolpho Bandeira destacou que o grupo utilizou técnicas de comércio eletrônico para movimentar e conduzir as operações criminosas. “A investigação apurou que o tráfico de drogas funciona de maneira similar ao comércio legítimo, com transações regulares, logística e comunicação contínua entre os envolvidos. Os aplicativos de mensagens são usados para facilitar a venda de drogas, coordenação de entregas e pagamento”, afirmou o delegado.

A operação foi nomeada E-commerce para destacar a evolução das técnicas de tráfico de drogas, que se aproveitam das tecnologias digitais para operar. A analogia com o comércio eletrônico legítimo sugere que o tráfico é organizado e operado de maneira sofisticada e empresarial. “A operação tem foco na análise das transações e comunicações digitais, com o objetivo de desmantelar essa rede de tráfico de drogas que opera de maneira semelhante a um comércio eletrônico”, apontou o delegado Honório Neto.