O deputado estadual Eduardo Botelho (União) defendeu a abertura de um inquérito para punir os policiais penais que autorizaram a entrada de produtos supérfluos e de luxo, como cuecas de marcas famosas, chocolates e Nutella, nos mercadinhos internos dos presídios de Mato Grosso.

“A Secretaria de Justiça deveria instaurar imediatamente um inquérito para apurar quem autorizou. Se esses produtos entraram, foi porque alguém permitiu, e isso não poderia ter acontecido”, afirmou Botelho.

O parlamentar convocou uma audiência pública para debater o tema, reunindo policiais penais, representantes da Justiça e da Secretaria de Justiça. Além disso, sugeriu a criação de uma comissão para fiscalizar as unidades prisionais e avaliar a situação de perto.

O funcionamento dos mercadinhos nas penitenciárias tem gerado polêmica. O governador Mauro Mendes (União) vetou a prática, argumentando que fortalece financeiramente facções criminosas. Já o desembargador Orlando Perri, do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, defende que as cantinas devem continuar, mas sob gestão do Conselho da Comunidade da Execução Penal, garantindo um controle mais rigoroso.

Botelho, por sua vez, mantém uma posição cautelosa sobre o tema. “A princípio, somos contra. Mas precisamos ouvir todos os lados antes de tomar uma decisão definitiva”, concluiu.