A Câmara Municipal de Tangará da Serra enfrentou uma forte reação popular após aprovar, na terça-feira (11), a criação de auxílios para alimentação e saúde no valor de R$ 5 mil para os vereadores. A medida, que elevaria a remuneração total dos parlamentares para aproximadamente R$ 22 mil mensais, gerou revolta entre os moradores e foi revogada menos de 24 horas depois.

Durante a votação, manifestantes lotaram a Casa de Leis e protestaram com gritos de “vergonha” e “vagabundos”, obrigando o presidente da Câmara, Edmilson Porfírio (Podemos), a suspender a sessão por 10 minutos. Houve até pedido de reforço policial, mas a PM não precisou intervir.

Os auxílios foram aprovados por ampla maioria, com 13 votos favoráveis, sob o argumento de que seriam cobertos pelo orçamento do Legislativo, sem impacto nas finanças do município. No entanto, a repercussão negativa foi imediata, levando os vereadores a recuarem.

Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira (12), a Mesa Diretora alegou que a revogação ocorreu porque "narrativas políticas" teriam distorcido as informações, levando parte da população a não compreender o projeto. O texto ainda frisou que os auxílios não afetariam áreas essenciais como saúde e educação e garantiu que a Câmara “atendeu à vontade popular” ao anular a medida.

O episódio reforça o impacto da mobilização popular nas decisões políticas e mostra como a pressão da sociedade pode levar ao recuo de medidas impopulares.