Suplentes devem assumir cadeiras na Câmara de Cuiabá após afastamento de vereadores por corrupção


Fellipe Corrêa e Gustavo Padilha são cotados para assumir mandatos na Câmara de Cuiabá; vereadores são investigados por negociar pagamento indevido em troca de aprovação de projeto

Com o afastamento dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), determinado pela Justiça nesta terça-feira (29), os suplentes Fellipe Corrêa (PL) e Gustavo Padilha (PSB) devem ser convocados para assumir temporariamente os mandatos na Câmara Municipal de Cuiabá. Ambos os parlamentares são investigados na Operação Perfídia, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), que apura o recebimento de propina para aprovação de projetos legislativos.

Fellipe Corrêa, que atualmente ocupa o cargo de secretário municipal de Agricultura e Trabalho, afirmou que ainda não foi notificado oficialmente sobre a convocação. Segundo ele, a decisão sobre assumir ou não a cadeira será tomada em conjunto com o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL).

“Eu preciso ser notificado primeiro. Depois vou conversar com o prefeito Abilio e decidir. É o que posso falar no momento”, disse o suplente.

De acordo com as investigações, Chico 2000 e Joelson teriam solicitado propina a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste, como condição para aprovar um projeto que viabilizava o pagamento devido à empresa por parte do município em 2023. Parte dos valores teria sido depositada em uma conta indicada por um dos vereadores, enquanto outra quantia pode ter sido paga em espécie, dentro do gabinete parlamentar, onde as negociações teriam ocorrido.

Ao todo, foram cumpridas 27 ordens judiciais na operação, incluindo mandados de busca e apreensão, quebra de sigilos de dados telefônicos e eletrônicos, além de sequestro de bens, valores e imóveis. Cinco pessoas estão sendo formalmente investigadas.

A presidente da Câmara, vereadora Paula Calil (PL), afirmou que pretende manter a sessão legislativa marcada para esta terça-feira, apesar da operação. Ela reconheceu o impacto negativo da ação na imagem do Legislativo, mas ressaltou que os supostos crimes são de responsabilidade individual dos dois vereadores afastados.

“Lamentamos profundamente esse episódio. A Câmara vai continuar colaborando com as investigações e mantendo seu funcionamento regular”, declarou.





Fonte: Gazeta Digital
Data: 29/04/2025