Sérgio Ricardo admite omissão do TCE e diz que desastre na obra foi causado por rixas: 'todo mundo falhou'


 O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, fez um balanço crítico sobre a condução da obra do BRT em Cuiabá e Várzea Grande, durante nova fiscalização ao canteiro de obras. Para ele, o histórico de problemas na execução do modal se deve à sucessão de falhas cometidas por diversos órgãos, inclusive pela própria Corte de Contas.

“Eu entendo que muita gente falhou no passado. Inclusive que o Tribunal de Contas poderia ter agido com mais força, poderia ter agido mais forte em cima, poderia ter agido como nós estamos agindo hoje, cobrar, fiscalizar essa briga dos governos, do municipal. Então é o seguinte: foi tudo atrapalhado, o passado foi bem atrapalhado, todo mundo não fez o dever de casa, ninguém fez o dever de casa”, pontuou.

O conselheiro também evitou fixar prazos, lembrando que estimativas anteriores foram prejudicadas por promessas não cumpridas.

“Eu ainda prefiro não falar de prazo. Quando eu pensei em 2026, eu pensei nesse trecho do aeroporto até o CPA. Mas a partir de agora, com toda a nossa equipe na rua, nós vamos começar a avaliar essa questão da Fernando Corrêa”, explicou.

Sobre a complexidade do projeto, Sérgio Ricardo mencionou que só recentemente soube da existência de uma obra de drenagem no trajeto.

“Nunca tinha lembrado de ter ouvido, não lembro de ter ouvido falar dessa obra de drenagem. Nunca tinha ouvido falar. Mas agora já está na praça o processo licitatório. É uma obra muito complexa. Ali nós temos muita água chegando, até na Mato Grosso tem água chegando na Prainha”, disse.

A declaração ocorre após a rescisão do contrato entre o governo e o consórcio responsável pelo BRT, após dois anos e três meses de execução e apenas 18% da obra entregue, mesmo com todos os pagamentos em dia, segundo o governador Mauro Mendes (União). O consórcio ainda terá 150 dias para finalizar o trecho da Avenida Rubens de Mendonça, entre o CREA e o Comando Geral da Polícia Militar. Pelo acordo, o grupo também receberá R$ 11,4 milhões de indenização por prejuízos acumulados com mobilização de material.





Fonte: Olhar direto
Data: 04/05/2025