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Regivaldo Cardoso, que perdeu esposa e três filhas brutalmente assassinadas, relata sofrimento diário e confessa desejo de vingança contra o autor do crime.
O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, marido de Cleci Calvi Cardoso e pai de Miliani, Manuela e Melissa, ainda lida com a dor profunda causada pelo assassinato brutal de sua família, ocorrido em novembro de 2023, em Sorriso (MT). O crime chocou não apenas o estado, mas também o país. A esposa e as três filhas – de 19, 13 e 10 anos – foram mortas pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, que ainda cometeu estupro contra Cleci e as duas filhas mais velhas enquanto agonizavam.
Gilberto foi denunciado por quatro homicídios qualificados e três estupros. Apesar da gravidade dos crimes, ele ainda aguarda julgamento, que será por júri popular. A denúncia foi apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Sorriso.
Regivaldo estava trabalhando no Paraná quando falou com a esposa pela última vez. Após dois dias sem contato com a família, pediu que a polícia fosse até sua residência. Na primeira visita, nada de anormal foi identificado: o carro estava estacionado, os animais soltos e até o ar-condicionado ligado. No entanto, foi apenas em uma segunda ida dos policiais ao local que os corpos das quatro vítimas foram encontrados dentro da casa.
O crime, conhecido como “Chacina de Sorriso”, deixou o caminhoneiro sem rumo. Em entrevista ao canal “Crime, Comportamento e Mistério”, no YouTube, ele relatou que não consegue nem ver imagens do assassino. “Não olhei direito para ele até hoje. Quero olhar nos olhos dele pessoalmente. Não sei qual vai ser minha reação”, disse.
Regivaldo também revelou o sofrimento diário e a luta interna entre seus princípios cristãos e o desejo de vingança. “A Bíblia ensina o perdão, mas como perdoar alguém que fez isso? É uma bagunça na minha cabeça. Sinto ódio. A vontade que tenho é de fazer justiça com as próprias mãos”, desabafou.
Ele destacou ainda que sempre tratou a esposa e as filhas com carinho e respeito, e que jamais foi violento, nem mesmo para corrigi-las. Por isso, se revolta com a brutalidade do crime. “Minhas filhas tinham sonhos, queriam formar família, crescer na vida. E esse monstro tirou tudo isso delas”, disse emocionado.
Quase um ano e meio depois do crime, Regivaldo afirma que vive sem sentido. “Já não tenho mais o que perder. Vivo um dia após o outro, sem rumo, sem objetivo. Se Deus me levar amanhã, tá tranquilo. Já perdi tudo.”
O crime
As autoridades foram acionadas no dia 27 de novembro de 2023, quando vizinhos notaram o desaparecimento da família. Cleci e Miliani foram encontradas no corredor da casa, enquanto Manuela e Melissa estavam no quarto. Três das vítimas foram encontradas sem roupas, o que reforçou a hipótese de abuso sexual.
A Polícia Civil chegou ao autor do crime após receber denúncias. Gilberto continuava trabalhando normalmente em uma obra próxima à residência das vítimas, como se nada tivesse acontecido.
Fonte: Unicanews
Data: 09/05/2025