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Perfil dos adotados em 2025 revela preferência por bebês saudáveis, meninas e sem irmãos. Crianças com deficiência, pretas, indígenas ou mais velhas seguem esquecidas no sistema.
Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelam que 71 crianças e adolescentes ainda aguardam por uma família no estado de Mato Grosso. A maioria são meninos e adolescentes entre 12 e 14 anos, um perfil que costuma enfrentar mais dificuldades para adoção.
Apenas 14 adoções foram concluídas em 2025 até o momento. Entre elas, predominam meninas com até dois anos de idade, sem irmãos, sem deficiências ou problemas de saúde. Nenhuma criança com deficiência ou com qualquer tipo de enfermidade foi adotada neste ano no estado.
O levantamento também mostra que mais da metade dos menores disponíveis – exatos 41 – ainda não foram sequer vinculados a pretendentes habilitados. Ou seja, essas crianças e adolescentes nem chegaram a ser considerados nos processos de adoção. Dentre eles, 24 são meninos, sendo que os grupos mais numerosos têm entre 10 e 12 anos e mais de 16 anos.
O preconceito, infelizmente, ainda se mostra um fator determinante: cinco desses meninos têm deficiência física, intelectual ou ambas; outros dois apresentam algum problema de saúde. Entre as meninas não consideradas para adoção – são 17 ao todo – a maioria tem entre 12 e 14 anos, é parda e seis também têm deficiência.
Os dados evidenciam um padrão: crianças com perfis fora do "ideal desejado" — que geralmente inclui meninas pequenas, brancas, saudáveis e sem irmãos — são negligenciadas no processo de adoção. Das 14 adoções concretizadas em 2025, apenas duas envolveram crianças com irmãos. E nenhuma das crianças adotadas era preta ou indígena.
Nos últimos seis anos, apenas 376 adoções foram efetivadas em Mato Grosso. A maior parte das crianças adotadas tinha até seis anos de idade. Crianças com deficiência ou problemas de saúde representaram menos de 3% dos casos. Apenas 8 crianças pretas e 3 amarelas foram adotadas no período, e não há registros de adoções de crianças indígenas.
Mato Grosso também figura entre os estados com os menores índices de adoção do país. Desde 2019, apenas sete estados ultrapassaram a marca de mil adoções. São Paulo lidera com 6.636 crianças e adolescentes adotados nos últimos seis anos.
No cenário nacional, foram 27.118 adoções registradas entre 2019 e 2025. A maioria envolveu crianças de até dois anos, pardas e brancas, sem irmãos, e sem problemas de saúde ou deficiência.
Fonte: Unicanews
Data: 12/05/2025