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Levantamento da Fundação MT aponta alta expressiva da praga em Sorriso e reforça necessidade de manejo imediato
Um inimigo quase invisível está se espalhando pelas lavouras de soja do médio norte de Mato Grosso e pode provocar prejuízos severos na próxima safra se o produtor não agir a tempo.
A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) identificou um aumento expressivo da raça 4+ do nematoide de cisto em propriedades da região de Sorriso.
A praga tem avançado principalmente em áreas cultivadas com variedades de soja sem resistência específica, o que amplia o risco de perdas na produtividade.
Os dados da safra 2024/2025 mostram que o crescimento das populações de nematoides não se restringe ao médio norte. Municípios como Alto Garças, Itiquira, Tesouro, Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis e Pedra Preta, no sul e sudeste do estado, também registraram elevação na presença dos patógenos.
No médio norte, o problema atinge ainda Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Santa Rita do Trivelato, Diamantino, Ipiranga do Norte, Nova Maringá e Nova Mutum.
De acordo com a Fundação MT, o aumento da praga passou despercebido em parte das lavouras porque as condições climáticas da última safra, com chuvas bem distribuídas, amenizaram os impactos sobre a produtividade. A entidade reforça, no entanto, que se o clima for menos favorável na próxima safra, as perdas podem ser muito maiores.
Os nematoides de cisto e de galha, principais espécies identificadas no levantamento, atacam as raízes da planta e dificultam a absorção de água e nutrientes, comprometendo o desenvolvimento das culturas.
No Brasil, essas pragas já são responsáveis por prejuízos estimados em R$ 27,7 bilhões por ano apenas na cultura da soja, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Nematologia e das empresas Agroconsult e Syngenta.
Para conter o avanço dos nematoides, os especialistas destacam a importância de um manejo planejado e iniciado ainda no ciclo de preparação da lavoura. O monitoramento das áreas, a escolha de cultivares resistentes, o uso de plantas não hospedeiras, a rotação de culturas e o emprego de produtos biológicos e químicos são algumas das estratégias recomendadas.
Segundo os pesquisadores, o controle dos nematoides exige ações contínuas e integradas, com o uso das ferramentas corretas no momento certo.
A Fundação MT, que mantém um dos principais laboratórios de nematologia do estado, oferece serviços como identificação de espécies e raças, quantificação das populações e testes de eficiência de nematicidas. O objetivo é apoiar o produtor na adoção de práticas eficazes para proteger a produtividade das lavouras e evitar que o problema ganhe ainda mais força nas próximas safras.
Fonte: Primeira Página
Data: 23/06/2025