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Projeto aprovado pelo Senado amplia número de parlamentares e prevê que Mato Grosso terá 10 cadeiras na Câmara; bancada do estado se posiciona contra
Os três senadores que representam Mato Grosso no Congresso Nacional — Jayme Campos (União Brasil), Wellington Fagundes (PL) e Margareth Buzetti (PSD) — reagiram com veemência à aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/2023, que amplia o número de deputados federais de 513 para 531, elevando de 8 para 10 as cadeiras de Mato Grosso na Câmara dos Deputados.
A proposta foi aprovada pelo Senado nesta quarta-feira (25) e agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar do acréscimo de representação para o estado, a bancada mato-grossense considera o momento e os impactos fiscais da medida como totalmente inadequados.
Para Jayme Campos, o projeto é “inoportuno, injustificável e contrário aos anseios da sociedade”. O senador argumenta que a medida vai na contramão do que o país precisa neste momento, que é contenção de gastos e responsabilidade fiscal. “Aumentar o número de parlamentares vai gerar um custo adicional de R$ 845 milhões por ano, segundo a Agência Pública. É um escárnio contra o contribuinte brasileiro”, criticou.
Jayme ainda alertou para um possível efeito cascata, com Assembleias Legislativas estaduais podendo seguir o mesmo caminho. Ele reconhece a necessidade de reavaliar a proporcionalidade da representação, mas defende que isso seja feito sem aumentar o número total de parlamentares. “Aumentar gastos em um momento de austeridade é desprezar o Brasil real”, completou.
O senador Wellington Fagundes também votou contra a proposta, mesmo após a inclusão de uma emenda que, teoricamente, impede o aumento de despesas. Para ele, essa garantia “é ilusória”. “Mais deputados significam mais estrutura, mais pessoal, mais assessores, mais verbas, e no fim, mais despesas. E quem vai pagar essa conta é o povo brasileiro”, afirmou.
Fagundes ainda citou pesquisas que indicam mais de 70% de rejeição popular à medida, e criticou a falta de foco do Congresso em temas mais urgentes como inflação e custo de vida.
A senadora Margareth Buzetti também se posicionou de forma contundente contra o projeto. Além de votar contra, ela criticou o fato de a votação ocorrer durante uma semana de deliberação remota, o que, segundo ela, dificulta o debate transparente com a sociedade.
“É um contrassenso total discutir aumento de deputados enquanto também se fala em aumento de impostos. É a máquina política querendo sempre se beneficiar, enquanto o povo é quem paga a conta. Isso ninguém aguenta mais!”, protestou Buzetti. Ela também reafirmou seu voto contra o decreto que elevou o IOF.
Apesar da forte resistência da bancada de Mato Grosso, o texto do PLP 177/2023 ainda precisa voltar à Câmara dos Deputados para nova análise, por conta das alterações feitas no Senado. A pressão popular e os debates devem continuar intensos nas próximas semanas.
Fonte: Unicanews
Data: 26/06/2025