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Osmar Froner cobra liberação de rotas alternativas para abastecimento, produção rural e turismo; impasse sobre novo traçado da obra ainda não tem solução
A paralisação das obras no trecho do Portão do Inferno, na rodovia estadual MT-251, tem provocado apreensão entre moradores, produtores rurais e empresários de Chapada dos Guimarães, um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso. Diante da incerteza sobre o futuro da intervenção, o prefeito Osmar Froner de Mello (PSD) enviou nesta quinta-feira (26) um ofício ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSD), solicitando ações emergenciais que minimizem os impactos da interrupção.
No documento, Froner classifica a situação como grave e propõe três medidas pontuais, com base em estudos técnicos da UNISELVA, para garantir o abastecimento da cidade, o escoamento da produção agropecuária e a redução dos prejuízos ao turismo local:
Liberação parcial da MT-251 (Portão do Inferno): autorização para tráfego de veículos com peso bruto total (PBT) de até 9 toneladas, nos dois sentidos. A medida visa permitir o transporte de cargas leves, como alimentos e insumos básicos.
Autorização de tráfego na MT-246 (Água Fria – Manso): liberação para veículos de até 48 toneladas, permitindo o transporte de calcário e outros insumos agrícolas durante o período de estiagem, com impacto direto na redução do custo do frete.
Ampliação da capacidade na rota Chapada–Mirante–Campo Verde (MT-251): liberação da chamada “estrada parque” para o tráfego de veículos com PBT de até 48 toneladas, ampliando a capacidade de escoamento da produção rural pela via alternativa.
“Essas liberações são fundamentais para manter o abastecimento da cidade, reduzir custos logísticos e garantir o fluxo de turistas, que é essencial para a economia de Chapada”, afirma o prefeito no ofício enviado à Assembleia.
Orçada em R$ 29,5 milhões, a obra no Portão do Inferno foi anunciada como uma solução definitiva para conter deslizamentos e erosões na encosta da MT-251, mas está paralisada desde o início de junho. Segundo o governador Mauro Mendes (União Brasil), novos dados geológicos indicaram inconsistências no solo da área e inviabilizaram a execução do traçado original.
“Houve uma surpresa em relação ao tipo de solo. A empresa responsável pela obra, Lotufo Engenharia, encontrou dificuldades ao iniciar a escavação, e novas sondagens mostraram a inviabilidade técnica do projeto como estava previsto”, explicou o governador em entrevista recente.
Durante a semana, Max Russi se reuniu com Mauro Mendes para discutir o impasse, mas nenhuma solução concreta foi apresentada até o momento. O deputado criticou o modelo adotado para a obra, que foi contratada em caráter emergencial antes mesmo da conclusão dos estudos técnicos e da emissão da licença ambiental.
“É estranho. A empresa foi contratada antes do projeto estar pronto. Estavam discutindo a licença ambiental enquanto o contrato já estava assinado. Eu nunca vi isso acontecer dessa forma”, disparou Russi.
A indefinição sobre o futuro das obras preocupa principalmente os setores turístico e agrícola, que dependem da rodovia para acesso e logística. Restaurantes, pousadas e agências de turismo relatam queda no movimento, enquanto produtores enfrentam dificuldades para escoar a safra e receber insumos.
A expectativa da Prefeitura é que, diante do apelo formal e da pressão política, o Governo do Estado apresente uma solução técnica e libere rotas alternativas com segurança, até que o novo projeto do Portão do Inferno seja finalizado.
Fonte: Unicanews
Data: 27/06/2025