16/04 - Gisela se recusa a dar posse para diretoria que apoiou opositora
Delegado relata frieza de assassino condenado a 225 anos por matar mãe e três filhas em MT: “Contou como se fosse uma pescaria”
Durante o júri popular que condenou Gilberto Rodrigues dos Anjos a 225 anos de prisão, realizado na última quinta-feira (07), o delegado da Polícia Civil, Bruno França, detalhou a frieza com que o assassino confesso reagiu ao relatar os crimes cometidos em novembro de 2023, em Sorriso (MT). Gilberto matou brutalmente Cleci Calvi Cardoso e suas três filhas: Miliani (19), Manuela (13) e Melissa (10).
Segundo o delegado, o criminoso demonstrou extrema calma durante o interrogatório, tratando os assassinatos como se contasse “uma história de pescaria”.
O caso chocou o estado. Os corpos foram encontrados em 27 de novembro, após vizinhos acionarem a Polícia Militar devido ao desaparecimento da família. Gilberto foi condenado por quatro feminicídios qualificados e três estupros de vulneráveis. Apenas a criança mais nova, Melissa, não foi estuprada, mas também sofreu abusos físicos.
Bruno França afirmou que chegou até Gilberto por meio de informações coletadas durante a investigação e descreveu o crime como “absurdamente violento”. O delegado relatou que, ao ser abordado na obra onde trabalhava, ao lado da casa das vítimas, Gilberto demonstrou medo apenas ao ouvir que poderia ser linchado pela população.
“Ele ficou atônito só quando percebeu que poderia ser morto ali mesmo, antes de chegar à viatura”, relatou França. Por recomendação de um superior, o criminoso foi conduzido sem algemas, justamente para evitar que a população reagisse com violência ao ver que ele era o autor do crime.
No primeiro questionamento sobre os assassinatos, Gilberto limitou-se a dizer que “estava drogado”. Posteriormente, em interrogatório formal, não demonstrou qualquer sinal de arrependimento. “Sua única tristeza era por ter sido preso”, relatou o delegado. E completou: “Confessou os assassinatos com uma tranquilidade assustadora, como se estivesse contando uma pescaria”.
Gilberto não quis depor durante o júri e abandonou a sessão, que ocorreu por videoconferência. A sentença foi proferida por volta das 19h, após mais de 10 horas de julgamento.
“As penas dosadas, todas devidamente fundamentadas, resultam na condenação do réu a 225 anos de reclusão”, anunciou o juiz Rafael Deprá Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso.
Antes da chacina em Sorriso, Gilberto já havia sido condenado por crimes graves em outros estados.
Em Lucas do Rio Verde (MT), foi sentenciado a 22 anos e sete meses de prisão por estuprar uma vizinha e tentar degolá-la. A vítima sobreviveu, mesmo com cortes profundos no pescoço, e o criminoso fugiu de bicicleta após o ataque.
Em Mineiros (GO), Gilberto foi condenado a 17 anos, 3 meses e 29 dias de prisão pelo homicídio triplamente qualificado do jornalista Osni Mendes. Segundo o processo, os dois estavam no carro do jornalista quando Osni tentou beijar Gilberto à força. O pedreiro reagiu com agressões físicas e estrangulou a vítima até a morte.
Vítima: Cleci Calvi Cardoso (45 anos, mãe)
Feminicídio triplamente qualificado
Estupro de vulnerável
Causa de aumento de pena
Vítima: Miliani Calvi Cardoso (19 anos)
Feminicídio triplamente qualificado
Estupro de vulnerável
Causa de aumento de pena
Vítima: Manuela Calvi Cardoso (13 anos)
Feminicídio quadruplamente qualificado
Estupro de vulnerável com aumento de pena por ser menor de idade
Vítima: Melissa Calvi Cardoso (10 anos)
Feminicídio com cinco qualificadoras
Fonte: Unicanews
Data: 08/08/2025