Presidente da COP30 diz que fundo não afetará captação de recursos do evento


No entanto, o projeto não deve interferir nas metas de captação de recursos da própria conferência, segundo o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30

As negociações para levantar recursos para o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), criado pelo governo brasileiro como um novo mecanismo de financiamento climático, estão voltadas para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025), em Belém. No entanto, o projeto não deve interferir nas metas de captação de recursos da própria conferência, segundo o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

 

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Em entrevista ao R7, Lago explicou que o TFFF e a arrecadação voltada à COP são iniciativas distintas, com objetivos complementares. Responsável pela meta global de captar US$ 1,3 trilhão em recursos para o financiamento climático, ele afirmou que o fundo brasileiro traz um diferencial importante, por oferecer potenciais ganhos diretos aos países participantes, em vez de depender apenas de doações.

 

“A ideia é você ter um valor tão grande, que você vai ter um rendimento que vai assegurar anualmente uma contribuição significativa para uma coisa que não tem mecanismo, que é a questão da conservação. A gente está tentando valorar a conservação, que é um desafio gigantesco”, disse.


O TFFF será lançado oficialmente na COP30. O fundo será apresentado como uma oportunidade de investimento, enquanto os recursos arrecadados pela própria conferência têm foco em doações diretas voltadas à mitigação e adaptação climática. A meta estabelecida desde 2024 é alcançar US$ 1,3 trilhão em financiamento global para o clima.


Lago nega que as ações para captação de recursos ao fundo possam dividir valores direcionados por países para a área da conservação. Ele defende a proposta brasileira como uma alternativa ampla que não vai interferir nos compromissos dos países que participarem da conferência.

 

“O TFFF é fora da convenção, fora da negociação. Inclusive, o TFFF não mede por [redução da emissão de] carbono. O TFFF mede a conservação por hectare. Então, é clima, biodiversidade e populações locais. É uma coisa muito mais ampla e, obviamente, voluntária”, pontuou.


Pela previsão da organização do evento, o fundo deve estar operacionalizável até a COP30, no próximo mês. Há expectativa de que um fundo intermediário financeiro, que permita aportes, seja aprovado pelo Banco Mundial ainda em outubro.

O lançamento do TFFF na COP será voltado a uma oportunidade de investimento, enquanto os recursos de arrecadação da própria cúpula miram uma doação direta para mitigação e adaptação climática. A meta traçada desde 2024 é de alcançar US$ 1,3 trilhão.


Fundo de investimento a florestas
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre quer remunerar os países pela preservação do meio ambiente e se propõe a fortalecer a manutenção das florestas em pé. O governo brasileiro indicou o primeiro aporte, de US$ 1 bilhão.

No total, 74 países em desenvolvimento com florestas tropicais podem receber os recursos do TFFA, que seria um dos maiores fundos multilaterais.

 

A ideia inicial é captar R$ 125 bilhões no mercado, a juros reduzidos e com ativo de baixo risco, beneficiando a defesa da conservação — como caso de redução do desmatamento.

 

O modelo é previsto de forma que investidores possam recuperar valores que forem aportados, com retornos semelhantes às taxas do mercado, e ainda contribuir com a preservação de florestas.

 

A proposta prevê garantir desenvolvimento sustentável para comunidades locais, com 20% de recursos para apoio a comunidades a indígenas.





Fonte: R7
Data: 12/10/2025