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A morte do menino Davi Almeida Franco, de 9 anos, reacendeu o debate sobre o uso de linhas cortantes em pipas em Mato Grosso prática proibida por lei há 17 anos.

A proibição foi instituída em março de 2008, por meio de uma lei sancionada pelo então governador Blairo Maggi, que veta a utilização, fabricação e comercialização de cerol ou qualquer outro material cortante. O descumprimento implica multa de 10 Unidades Padrão Fiscal (UPFs) — atualmente equivalente a R$ 2.524,60. Em caso de reincidência no período de dois anos, o valor dobra, podendo chegar a R$ 5.049,20.
Se o infrator for menor de idade, o responsável legal responderá pela infração.
O caso de Davi, ocorrido neste domingo (26), em Várzea Grande, comoveu o estado. O menino foi atingido no pescoço por uma linha com cerol enquanto andava de bicicleta no bairro Cristo Rei. Testemunhas já foram ouvidas, e a Polícia Civil busca imagens de câmeras de segurança que possam ajudar a identificar o responsável.
Segundo a Secretaria de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana do município, Várzea Grande não possui uma lei municipal específica sobre o tema, mas uma campanha educativa deve ser proposta em reunião entre os secretários municipais para alertar a população sobre os riscos do uso dessas linhas.
O cerol é feito, geralmente, da mistura de cola com vidro moído ou metais finos, tornando a linha extremamente cortante. Já a linha chilena contém pó de quartzo e óxido de alumínio, o que a torna ainda mais perigosa. Ambas são proibidas por lei e podem causar acidentes fatais, especialmente com motociclistas, ciclistas, pedestres e animais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, em 2023 foi registrada uma ocorrência relacionada ao cerol em Mato Grosso. Já em 2024, o número subiu para 14 casos. Além de riscos fatais, os bombeiros alertam que o uso dessas linhas pode danificar cabos de energia elétrica, provocando curtos-circuitos e incêndios.
A corporação recomenda o uso de linhas tradicionais de algodão e reforça alguns cuidados para evitar tragédias:
Brinque em locais abertos, longe de ruas, avenidas e redes elétricas.
Nunca suba em lajes, telhados ou árvores para resgatar pipas.
Evite soltar pipas perto de vias movimentadas.
Supervisione crianças e adolescentes durante as brincadeiras.
Explique os perigos do cerol e das linhas chilenas, lembrando que seu uso é perigoso e pode configurar crime.
Fonte: Primeira Página
Data: 27/10/2025