27/10 - Bancos vão bloquear "contas laranjas" e de bets irregulares

O ex-desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Paulo da Cunha, aposentado em agosto de 2024, foi nomeado como fiscalizador da recuperação judicial do Grupo Malp, que possui dívidas estimadas em R$ 250 milhões. Pela função, ele receberá uma remuneração mensal de R$ 25 mil. Ele assume o posto antes ocupado pela advogada Adriana Pugliesi, doutora pela USP e professora da FGV.
A substituição foi determinada pelo juiz Márcio Aparecido Guedes, em decisão publicada no último dia 20. O magistrado atendeu a pedido de um dos credores, que apontou suposta “inércia funcional” de Adriana e falta de relatórios no desempenho da função de watchdog – agente responsável por fiscalizar o trabalho do administrador judicial da recuperação.
Atuando no processo em São Paulo, Pugliesi negou qualquer irregularidade e afirmou que sempre cumpriu suas atribuições, ressaltando que seus relatórios são técnicos e encaminhados diretamente ao Judiciário e ao Ministério Público, seguindo o sigilo necessário do processo.
Apesar de reconhecer que a advogada desempenhou suas funções dentro do razoável, o juiz Guedes avaliou que a complexidade atual do caso exige acompanhamento mais próximo e contínuo, optando, assim, pela substituição.
“A medida não constitui penalidade e não compromete a lisura dos atos praticados até aqui. Trata-se de decisão necessária para garantir eficiência e condução adequada do processo”, registrou o magistrado.
Quem é Paulo da Cunha
Paulo da Cunha presidiu sua última sessão como desembargador em 30 de agosto de 2024, na Primeira Câmara Criminal. Ele ingressou no TJMT pelo Quinto Constitucional e se aposentou ao completar 75 anos, após 22 anos de atuação na Segunda Instância. Além da carreira como magistrado, é advogado de formação.
O Grupo Malp
A recuperação judicial do Grupo Malp integra o Grupo Redenção, que atua com curtumes, frigorífico e pequenas centrais hidrelétricas em Mato Grosso. O grupo já havia enfrentado outra recuperação judicial em 2009, quando acumulava R$ 106 milhões em dívidas. Na época, o processo foi concluído em 2013, após reestruturação financeira.
Entretanto, segundo informações dos autos, o cenário voltou a se agravar a partir de 2018, inicialmente por efeitos da greve dos caminhoneiros, seguido pela crise no setor de carnes durante a pandemia, quando países como China e nações da Europa e Oriente Médio reduziram importações do produto. O resultado foi novo acúmulo de dívidas e necessidade de novo pedido de recuperação judicial.
Fonte: OlharJurídico
Data: 28/10/2025